quinta-feira

why do bugs keep following me?

please
don't come in my face
I need to breathe
unless you go on
please
don't blow my ear
I need to hear
unless you carry on
please
don't be so cheap
I need to come
unless you're not on
so I ask: why do bugs keep following me?

sexta-feira

palavra que é verbo!

Cortei minha palavra,
No espinho do som.
De forma compassada
Arranquei-lhe o tom.
Ouvindo tamanha mágoa
Gastei o meu dom
Essas suas frases de raiva
Não me trazem o bom,
De escrever, de falar, de cantar…
E eu me sujeito ao verbo,
Se no início é você.
Toquei minha guitarra
Com pautas de Tom,
De maneira gozada
Arranquei-lhe um som.
Ouvindo gerúndios compassos
Saí da fossa, que é bom
Essas notas firmam traços
Poetinha é meu dom,
De escrever, de falar, de cantar…
No início era o verbo
Pois que eu não me sujeito.

a todo o gás

quando tudo se perdeu
o meio nada se encontrou
aquela boca que era existe
nunca mais ficará triste
de noiva não se casou
quando nada se perdeu
um meio tanto se achou
aquela voz que era insiste
sempre escutará ouvinte
de boba não se tomou
e quando a chama acendeu
o meu fogo se expiou
aquela coisa sem limite
me acertando o palpite
de gás não se apagou

encoberto

Malditos sejam os cépticos e os ignorantes do intuir,
Que a Roda se não os persegue, não os pode fazer diluir!
Malditos os Fados incertos, ditados unos de sentença,
Que a mim me atormentam, quais marcas de nascença!
É que a eles não sei escapar, nem forças me arremessam
E que deles não sei duvidar, nem por provas me peçam...
É que a alma embora velha, da encarnação não se livrou
E o destino de ser encoberto, no meu espírito já se encostou.
É que os karmas e as alquimias e as fortunas já me comandam:
Tu, ó Encoberto, serás oculto, serás privado, serás brando,
E tu, ó Encoberto, não poderás, não possuirás e não verás,
Que de dentro da caverna, ó Encoberto, não enxergas, nem sairás

simpatia

em manta de retalhos cosi a simpatia,
na cama a deitei, gentil véu de maria
a música que embala a chama de vela
na cama lhe pinto os sons em aguarela
calor enroscado baixo raio de sol
na cama os risinhos baixo o lençol
pérolas brancas eu perdi, negras ganhei
nessa cama bendita que eu me deitei
borboletas pairam vestida Iemanjá
na cama me beijam seu orishá
oferendas lhe navegam prenhas o mar
na cama se enrolam as ondas do meu colar
amores-perfeitos me sorriem o néctar
na cama paixão só samba o poeta
e se a cama lavada de dia for feita
desta simpatia a oração se endireita

oração da noite

escrevi uma oração em papel rasgado,
na terra plantei, ficou semeado
baixa luz de minha morte a vi em solidão
na terra plantei o meu coração
sozinha que vago, no bucho carrego
na terra enterrei meus filhos de ferro
forças não tenho, não tive, não terei
nesta terra assombrada eu me plantei
do pranto que choro é água com sal
da terra colhi as ervas do mal
das almas assombros me vi assistir
da terra colhi as flores de carpir
da fraqueza me caem os cabelos no chão
da terra colhi as cinzas de adão
e se a terra plantada na noite não cresce
desta oração seus frutos lhe apodrece

diarreia escrita

Os poetas são os filhos da inconstância
os que buscam as verdades subterrâneas,
os que vivem esses amores dramáticos,
os que buscam remédios sistemáticos.
As poetas são as filhas do destino,
as que procuram a grande beleza,
as que a rotina não contenta,
as que a necessidade atormenta.
E os filhos desses poetas lhes herdam a vida toda como uma só.
Tomam nas veias a certeza do caos,
bebem jucosos os frutos da roda,
definham perante a incompreensão
e morrem quando se lhes nega a paixão.
Roem-se vívidos se os temores apertam,
rugem feridos se o mal os espera,
hibernam quando as gentes lhes corroem,
mas nem na morte se destroem.
Eles só temem porque sentem, a vida como se fosse uma só.

por uma ética boazona

O preço da mentira paga-se caro, é uma dívida ad e(x)ternum.
E que importa?!
Eu sofrerei, pagarei com as carnes os delírios da mente.
Sob leves variações, todo o problema da traição é a ausência de qualquer reserva.
Não há pudor, mas mais que uma cesta.
Eu tenho, sou extenso, sou mineral.
Me condeno? Me condenam.
A mentira é tão válida quanto toda a verdade feia.
A espontaneidade e a sinceridade são aqueles defeitos abrasadores... Uma empiria pouco explicável à maioria de nós, os cínicos.
O homem novo só tem uma ética: mede-se aos apalpos, qual belluci

canudos

Ai que não sei se sufoco, se me mordo, se me cuspo...
Que no Verão me sufoco, bem me mordem, vai ao susto
Na cama de qualquer um fazem bem, quem pode
A cama daquele além fazem mal, ou bem que fode
Não há prenhas, nem agasalhos e nem ventos sussurram
Só fogos de lenhas, pequenos retalhos e peles que esturram
Neste sertão de mérda enxuta, só fraco tesão te padece
Que nem com Cunha há beleza, eu clídes, Deus quisesse

9-fora-nada

Se eu nada contemplo, nada me envolve
Sou um nada sem templo, tudo me demove
Se eu nado com tempo, ela me dissolve
Se eu nado, não nado, morto, sou 9

E quem me comenta?
Quem me devolve?
Quem com mãos me tenta,
ou com beijos me chove?

desilusão sorri, tem dentes de chumbo...

despejados

vivo triste como quem mora subterrâneo, vivo triste como quem perde a aposta, vivo triste como quem se perdeu ... de onde mora e não sabe quem mora lá, e triste porque só moro, não vivo, não sabendo que triste é cá.

everlast-ed

In the generation of those, whom seek the underlying surfaces of immortal coils…And on those scar tissues left behind and beyond space-time we shall look at the universe as an equal and the future as the projected selves of a petrified mankind. And others will see how God may be the body where the matrix lies as embedded, and how we pray as cells which do not know how to act, though we know the cancers. And our nanobots are the colonizer aliens, raping the laboratorial beasts. And that huge enterprise we call God, and universe, and higher commander does not know we exist… however not only our human behaviour constructs that archaeological being, as it brings into huge existence the same patterns we reproduce within ourselves and as it is up it is down, in the sense similarities became simple reproductions of what we metaphorically know as divine revenge.

female ground-poetry

Once in a while I’ll trouble your little something,
Provide you with lessons only past could bring.
And let me introduce myself as a tourist from outer space,
Departed from home to show its real place.
Thus in an age of frozen hearts, souls and minds
Many warmed the globe, distracted from signs
Societies used to be made from knowledge
As mankind felt in a high-tech shortage,
And while some afforded playground cyborgs
Surviving through transgenic organs,
Convicted by some artificial intelligences
With no blame, didn’t notice the absences.
Illegal geniuses engineered new babies,
Illegal sexists bought their on ladies.
While all voted eco-assisted euthanasia
Species extinguished for aesthetic pleasure.
So if you watch closely, I’m no Mr. Hide
Please do see beyond present time,
And pose your spirits emergent questions…
Or will you fail to state a need of uniting nations?
And are your biological warriors damaging just the collateral?
Are you the terrorist who poisons you with heavy metal?
So would you still suburban your own crimes
And would you seek lowering other’s poverty lines?
Are you acknowledging sequenced differences,
And capable of socially sharing with persistence?
Do you let starvation develop massive consumption
Or do you feed weapons of mass destruction?
Will you be arrested under those selfish patrols?
Would you dare to forth thirds worlds?
So if you indexate human development with success,
Would your children live longer in happiness?

300 manifests for warring sketches

Like a Spartan crushed at the Hot Gates I do not …
I shall never beg for my life.
Though the curse favors the few standing against many and many more,
These legs will not fade!
In my history, no one shall ever make me rethink my fundamental building.
And my vigorous powers will subsist,
Even if the rain tries to blur my words in a whisper.

But Oh Gods where have you all gone?!
And why do I need to stand here alone?
Am I the one you choose carry the flame?
Aren’t I your child? Who should I blame?

I fight, I fight!
I fight the severe constrictions in the decadence
Of an immortal mind - based empire.
I write, I write!
I make my own right in the absence
Of an universal moral shire.
I might, I might!
I may strongly face the consequence
Of a mortal defying madness.
Too bright, too bright!
To bring out and into your presence
The poisoned fruits you wish to command me.
To the sight, to the sight!
For you all to regard the face
Of the only descending upon the all.
Into light, into light!
To lift mankind to a higher place
Where I live alone and from where you may fall.
Until night, until night!
Until the first song of the ball,
You will only be at a dancing crawl.
I fight, I fight!
And diseases of the blazed,
For thrones to the steering warriors,
I write, I write!
In these pages rest my battle fields,
In my tongue the memorials.
I might, I might!
Acquire grounded power
With a total faked consent
Too bright, too bright!
B(u)y those strategic machineries
The major’s ethic’s absent
To the sight, to the sight!
Massive death communicated
B(u)y any species’ resent
Into light, into light!
My Kind is of no Man’s conception
My mind has no representation
Until night, until night!
My kingdom as no coin or crown
and this mother is not your parent

I fight as to write,
In ways my might,
Is blinded bright
As if your sight
Shadowed in light
Opened wide, though is night.

caminho sonhador

ó sonhador como pairas?
É um caminho fácil de caminhar

No império das figuras encantadas,
dos bonecos e personagens animadas,
dos castelos andantes, com bruxas e fadas,
há guerras de feitiços e velhas armadas,
há cubos de Babel no meio descasados
com cem mil budas andando de lado,
em estreita vereda vão indo no estrado
com o sol ao pescoço e o ventre oleado.
E o Diabo contando a versão de Pilatos,
enquanto o gato gira os pratos,
e o porco e a pupila vão montados
na vassoura, sobreevoam os telhados.
Moram em cristais por cima do ar,
e ilhas-máquina saem do mar,
baleias repuxam nos raios de luar
e sereias-violino esperam voltar.
ó sonhador como pairas? É um caminho fácil de caminhar

judas beijou portugal

O Peixes que não se multiplica,
nem na era do Aquário:
não há milagres de pão,
nem se encena o cenário.
Um(a) Cara de si rectangular
orgulhosamente, só olha o acolá,
não lembra nem é lembrada,
não tem milagres de maná.
Província que não é Provença,
a provação sem providência,
nem divina nem estatal,
em seu cofre, excelência,
sob oliveira de salazar
Judas beijou Portugal.

a primeira versa

a primavera dos povos
a primavera dos parvos
a primavera dos porcos
a primavera dos parcos
a primavera dos corvos
a primavera dos cardos
a primavera dos cornos
a primavera dos carpos
a primavera dos tordos
a primavera dos tacos
a primavera dos torsos
a primavera dos traços
a primavera dos sardos
a primavera das sardas
a primavera dos surdos
a primavera das sarpas

lucrécia

Cada árvore tem a sua seiva,
Mas a tua é a mais
saborosa.
Disse o pai, tinha eu 13 anos,
a rosa…
Ele que era Papa,
o sacripanta de deus
católico
Velho, jarreta, pedia um beijo
alcoólico
Em baixo da sua bata
vermelha. E entre saias,
cinco saias,
metia a cabeça
E pedia, mais uma!
E percorria com língua sarnenta,
A minha sagrada bruma.
Apesar do forte nojo,
pensava no irmão
meu
Ser puro destilado, o gozo que me deu.
E o velho decrépito gemia,
E eu à realidade voltava,
Lentamente eu morria
E tantas vezes chegava,
A pensar…
que até gostava.
Embora ideias fazia,
Que de mais onze irmãos
As carnes o velho percorreria,
Com tais sujas mãos.
E então ele lambia, freneticamente,
Como quem sabia
e gritava
Vem a mim Lucrécia!
E eu só pensava
Pior dos sodomitas
da Grécia.

broken towers

Conspirators among my holes
By the bastards who pierce the souls
Castrators by the current worlds
I should hate pretty girls
Grey toxins round the city
Fired harrows burn the trees
Tick-tacking clocks of life
Smacked face of wife
Cutting flowers that bloom
In the name of God or whom?
No place for white flags
Urban wars write the tags
Every being breaths to die
As the broken life of a fly
Nature’s empire in papers’ smile
Maniac Tuesday stops for a while.

na forca

Célula espia mitocondrial
substância de tortura mental
na absurda fragilidade carnal
tem ódio por amor integral.
Amarrados os olhos e a boca
por luz negra a escura touca
em corda que seja rouca
amar o ódio, com justiça louca.
E se na Roda é lançada,
a sorte da alma coitada
a que carne não seja poupada
síndrome de Intifada.
Deita a carta: é o Dependurado
na fortuna do monstro atado
lavaram as pintas do dado
e o próprio Diabo vai enforcado.

cacofonia em sol menor

Carolina, cor de castanho chocolate em qualquer tamanho, tabaco, cigarros e cigarrilhas, cigarras patas nas patilhas. Bombocas crocantes, rolam escadas rolantes, tropeçam nas carambolas, amolam as molas. Caramelos as acompanham Nas rodelas que arranham, bicas de cafés, nos bicos dos pés. Cravos em canhões E comboios de gamões Levam cabras em carga Bebem cachaça amarga. Em copos de cristal, Salgueiros dão sal. Crime de catanas, Nas planícies planas, As caras de Caeiro, nas sobras dum sobreiro, na Pessoa de Fernando, andarilhos andando. O que canta Cássia, essa flor de acácia, com as bocas de carbonos, em tempos de Cronos. Quadros de cavalos, com talas de talos, e corvos piam cólicas, corujas pensam acólitas. Carimba os meus recados, põe telhas nos telhados, faz sexo de cabeça, em carta que não aborreça, Liga máquina mecânica, quanta cinética na quântica, faz bolos de bolor, Cacofonia em Sol Menor.

corrimento

Numa bela noite dum sonho profundo
com um tom de quase erótico,
liga alguém e pergunta acordei-te?
e pensa-se como não ser neurótico?
Numa bela noite de saída nocturna
a frequência é quase sanitária,
vem a menina descarregar-se
como lavatórios de malária
Numa manhã depois de tais noites,
uma vozinha faladora come a mioleira,
perguntando que cara é a tua
e o porque da senhora olheira
Em qualquer dia comum e mortal,
há quem prefira o eufemismo,
fala de gordo dizendo que é forte
ou que o gay tem um certo maneirismo
Em qualquer paragem de autocarro,
surge a encarnação da mania,
entre a sua gigante paranónia
sugere-te como salvação, a terapia
Ainda vem a pessoinha,
que nenhuma opinião dá .
Normalmente, o tu-é-que-sabes
ou o-que-tiver-que-ser-será
E se ainda tiveres a sorte,
de estar em Portugal,
todas estas continhas
irão em forma exponencial.

antros e afagos

Quando comi a tua pele não soube a nada... Trinquei-te o fundo das carnes e não me soube a nada... O perfume sim! largado do sangue, cheirou-me a podre. Procurei em ti todos os cheiros semelhantes, aqueles que emanam da tua sentida decadência. Tentei depois tocar: furar fundo com os dedos as partes sobrantes... não senti nada à excepção do cansaço de sonhar esfaquear alguém como se fosse à colherada. Daí extrai tecidos moles e líquidos espessos. Guardei-os em sete frascos distintos com os nomes: Soberba, Inveja, Ira, Preguiça, Avareza, Gula e Luxúria. Por uma semana contemplei, intriguei, olhei, cheirei, provei e analisei cada um deles... mas nada descobri. E dessa carnívora procura na ausência do teu ser, e depois de tantos retalhos apenas lamentei não poder ter-te engolido de um só trago para que sempre estivesses dentro de mim.

secreto

Em cada pedra um segredo de deus:
Eu, pessoalmente, eu, nunca conheci deus
Perguntei-me porque raios nunca me teria sido apresentado
Desconheço as suas feições, nem visto nem achado
embora imaginando umas grandes barbas maquinais
Não sei porque escrever tal nome em maíusculas capitais
da mesma forma porque não se invoca o seu nome em vão...
De tais imanentes suposições deduzo que será admirável
Talvez de tão poderoso possa também ter algo de perigoso
de tão desconhecido quanto famoso
acredito que seja magnânime e respeitável
Acham que posso chamá-lo para esta conversa e falar daquilo que a nós nos interessa?

magneto

Dois astros e um corpo, um corpo celeste em dois astros. Corpos de ninfeta, de musa, de capeta, de águia-lusa... Nunca olhei o meu corpo e sempre preferi ver o teu. Tu que és celeste, do Universo inteiro só te quero a ti! És vermelho com açafrão e danças a poesia que escrevo. Olhos pretos no meu negro ser, és sabor de metal com flores. Todo o ferro que um estrela tem, mais o ferro que a terra contém não cabem em palavras que descrevam toda e cada uma das tuas magnéticas propriedades. Plasma-me sempre e quando puderes.

ave rara

Toda a gente é carne, eu sou gente... toda a forma tem música, eu sou forma todo o ser tem poesia, eu sou. - porque toda é guerra é um fenómeno proto-patético- Não é do palato comer-se massa com pão, nem da anatomia roer os seus próprios cotovelos, nem da física ver-se ao espelho de costas... Toda a gente a matar todas as pessoas, eu não quero ser gente Niguém é perfeito por definição, eu defino-me pela perfeição Nenhum animal se pica duas vezes na mesma cobra, eu sou animal...e ser-se humano é coisa de Ave Rara

o equilibrista

Fio presente de vida, a linha conduta da nossa soberania, fino como agulhas. o equilibrista circense nele se coloca dançando e saltando, em permanente insegurança externa guiado apenas pela tocha da entranha superior. encarnado em gladiador se debate contra a Situação contando apenas com a Vontade. nada tem de mais...nada é a mais.... apenas vive, apenas é. o Fado incerto em si mesmo já nem as premonições lhe conta, nada lhe confessa, tudo fará pelas suas próprias mãos. se queres algo bem feito fá-lo tu mesmo.nunca olha por cima do ombro, nunca ergue a cabeça demasiado alto, olha em frente. treme e anda. chora e se consola. levanta-se e segue em frente. exbicionista. mostra-se à Dama de Copas e combate o Cavaleiro de Gládios, com poucas armas segue em diante. somente o ar que respira e roupagens que leva no corpo. o equilibrista, tão somente esse solitário que sonha. esse que aspira a algo mais. esse que faz vibrar que faz amar. ele que apenas conta consigo e com o fino fio presente de vida. sabe como é a volúpia da dor quer agora a volúpia do amor.liberto de amarras balança ao vento. por entre as brumas da memória nada vê na sua frente. quando encarnado em gladiador se opera a metamorfose decisiva. munido do bastão e do sabre luta com magnimidade contra feras, contra bestas, contra máquinas. a Situação verga-se frente a Vontade. obstinado e ferido tem mais força que 100 homens de vez. no seu caminho se colocam as contrariedades mas sua ninfa Glória, espera de coração aberto. e eis que se entrega a aventura, tudo parece perdido. no barco torto cede ao cântico das sereias, carpido pelo sol e pelo sal. amarrado ao frio poste prossegue viagem. avisa seus companheiros dos perigos que testemunha, traz ao mundo uma nova espiritualidade, visto como louco e ainda ignorado prepara-se para a transmutação final. mas que será da Vontade perante um Eros maior? (continua)..