quinta-feira

sopro de vida

quando o sopro da vida me tocou na face
e me deu a essência do lado fêmea
da árvore da vida
esqueceu-se de me dar a calma
quando o sopro da vida me tocou no tronco
e me deu a essência da tormenta
sobre o lago
esqueceu-se de me dar a sensatez
quando o sopro da vida me tocou na mão
e me deu a essência do fogo
sobre o metal
esqueceu-se de me dar a frieza
quando o sopro da vida me tocou no pé
e me deu a essência da marcha
dos fortes sobre o mundo
esqueceu-se de me dar a humildade
quando o sopro da vida me tocou nos lábios
e me deu a essência da soberania
sobre a carne e o éter
esqueceu-se de me dar a sobriedade
quando o sopro da vida me tocou na orelha
e me deu a essência das doze
cordas sobre a manta
esqueceu-se de me dar a ingenuidade
e quando o sopro da vida me insuflou a alma
com a essência do amor
universal e a bola de ouro
esqueceu-se de me dar a chave
é que o sopro da vida se deixou
levar e não me deu os artíficos
que as minhas sete essências podem alcançar
é quando o sopro voltar e me levar a vida
não me toma as essências
que ofereceu mas nem os artíficios
porque eles já não estarão lá