quarta-feira

labirinto do fausto

Quem me canta melodioso o paradoxo de sereia
Quem me socorre medroso no fumo da teia
Quem me amansa a pele com dores e beijinhos
Quem me enrosca os sentidos e fala mansinho
Inspira-me e expira-me na pele
Intensa e extensa na febre
Consome-me energia
Sem plágio com euforia

terça-feira

no _colo | me _calo

no colo frio da noite
encosto
os pensamentos
e
fecho os olhos para eva.dir
ali.enar
abs.trair
e
fecho os punhos para in.star
ex.pelir
re.trair
e
fecho o coração para in.tuir
es.capar
re.cair
no colo quente da toca
encosto
o cansaço
e
abro os olhos para es.correr
ali.mentar
a.barcar
e
abro os punhos para ina.lar
ex.pirar
re.zar
e
abro o coração para in.dagar
ex.piar
res.ponder
no colo mármore do temor
encosto
o espírito
e
entrego os olhos para me.cegar
mes.quecer
mecho.rar
e
entrego os punhos para mema.nietar
mea.paziguar
mevi.timar
e entrego o coração para me.sangrar
mi.macular
meven.der
no colo áspero da sombra
encosto
a alma
e
lhe beijo
os olhos
os punhos
o coração
e
soprando
na sua boca
a minha re-buscada
existência
lhe cedo
de boa vontade
o amor
e ela me toma
me suga
me descarna
me fuma
nela res.ido
no residual colo
nu
da morte