Porto ao tornozelo a cadena
D’ouro
Pelo tempo
Que me guarda e me prende
E do retrato
Olhar fixo
Lágrimas de tinta
Dentes de chumbo
E de dia
Sobre o azul
Duas luas transladaram
Em faces distintas
Como o fraque
E da mão rolaram
Três patacas
Semeando o ferro
Da terra escura brotaram
As tribos
E a ela voltaram
E a árvore da vida
De cadena amarrada em mim
Balançou
E observou-me
“parteira dos sonhos”
E encarregou-se de me alforriar
Cuspiu fora as folhas
Comandou as raízes rejeitarem a água
E chamou a si o fogo do céu
Decorrendo no tempo
Renasceu como quadro surrealista
Com olhos, dentes e palavras
Foi ela que me viu presa
À cadena dourada
E da madeira dela me fizeram a moldura
Era eu o retrato
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