sexta-feira

metáfora do espelho

um ovo chocado por um cão disfarçado de podólogo
brincava com o gato que gostava mais
fazia-lhe tranças nos cabelos que não tinha
por arrancados mas como se fossem colar

ofereceu-o à fada dos dentes perdidos
que trabalhava para os chineses
os pendentes pareciam olhos arrancados
do algodão branco, era ele lavado de neve

fugiu para as amoras doces
o corpo e a boca bordavam
rasgados os gessos às cores
para não tocar no collant rasgado

no século XVIII os abanicos
pareciam pompoms revirados
como numa aula à saída ir jogar à apanhada
um ballet fazia meninas doces

vez uma
era
uma vez
um vez um, um
um vez dois, dois

contrário ao leme

maiores mamas as tem
quem sempre ganha
que amor, graça tem,
as mulheres todas de...
e desamor de crueldade de amor
meu
metades duas
ódio
e amor são
se sei
não e leva-me onde sei
não indolente voo este
ausência tua na que diz-me
só amor meu
ódio e amor do lado outro
p
desfaz-se descarnado metade
há amor um quando
é amor meu
amor de metade outra
ajunto
corra ele que queres
não se jorre sangue nosso
o que queres não se alado demónio
amarras as
solta-me
montanha
na
sozinho paga, submundo, ao amor do raio
o dar atreveu-se que prometeu
este
afrodite te explodi
depois exalei
depois acendi-te
depois respirei
primeiro
acontecer isso foi como
e... metano nu fósforo
de
e oxigénio nu chama
de se consumiu molhado
costa dá largo ao passo
que este amor o é
ser, não poder, não por, é apenas
e é que o tudo que pocilga na
encharque-me que até divagando aí
por vou eu que correr-me
deixa e normal de e paranormal
de sobnatural de
e sobrenatural de relativo
e absoluto de coisa
qualquer menos
sê perdão ou me condeno
imposto desapareciemnto ou te condeno
espião
um ser me condeno vida minha
na inexistência há
te condeno amado
menos ou mais
forte
menos baixo
mais ser a comanda-me
presença tua
amas
tresanda pocilga a ausência
tua na que terra
da coroa impuseste-me
sol de raio que sei não
que é me liberta
mas sente
cora
chora
implora
nasce
morre
te fuga
foge
voa
te muda
sai
ti
detenho como quadratura
em lua e sol
do tenho raiva tanta
e tempo mesmo ao amor
meu
o com criar
e destruir de poema
no como ácidos
em te desfigurar
de ponto ao tanto
odeio
e amo-te
não sabe quem revoltas
as
inodor o desprezo-o
feidade a abstinência
a infelicidade a contracção -a
excursões as incursões
as voltas as
carinho o cheiro
o sexo o corpo -o
descontração -a
estilo-o
beleza
a ti
de tudo odeio
e ti em tudo adoro
deslambido aquele
é amor meu
amor de metade outra
minha
mas proibido
aquele é amor meu
amor de metade outra.