A menina dos olhos pretos
feitos de carvão
nomeada Maria como a virgem
tem na alma fêmea a liberdade
quando passa bem desfila
quando fuma é esguia
quando se dedica
não se perde nem suplica
inspira os anjos e os santos
e o público aplaude
roda filmes como as saias
ama a todos como ao senhor
dá-lhes o corpo merecido
a lição de sabido
e recebe das luzes
o espírito candente
ao passar ela suja
e imacula todo o sujo
não perdoa nem corrige
manda aprender
dela é o chão
se o pede
na cama se deita
mas não dorme
na boca não beija
mas enconsta
a sua etílica respiração
etérea e sua é Maria do Socorro.