terça-feira

jogo de plataformas

2050.
O mundo era feito de plataformas, a primeira sobre a água.
Nós, os freaks, descemos até à terra. Mas rebentou uma barragem.
O onda gigante vinha em cima de nós.
Tinha deixado todas as minhas coisas na minha caixa pessoal.
Nadei debatendo-me contra a força da água, agarrada à plataforma de aço.
Eram quase 16 andares...
Sustive a respiração o mais que pude e cheguei ao 1º nível.
Passava imensa gente, o metro, a confusão.
Dirigi-me ao primeiro guichet e pedi que recuperassem o que tinha perdido.
Ela perguntou que número era e dei o meu número de identificação pessoal.
Passado este nível tomei o primeiro metro para o centro da cidade.
Era uma cidade nova mas reconstruída para parecer medieval. Ao andar pelas vendas de rua achámos uma meia rua, que era um beco sem saída, com uma estranha meia porta também.
Depois de entrar, íamos dar à mansão de Luís XVIII.
Esta personagem vestida a rigor com sua peruca e golas brancas, com um mordomo vestido a bom rigor, mantinha na sua sala num cadeirão gigante um ogre de três metros. O monstro estava agrilhoado pelo pescoço, alimentado pelo rei a pássaros. Deu-lhe um albatroz vivo.
Vi o pobre bicho debater-se já no seu esófago, vendo a sua cabeça quase sair-lhe do tórax.
O mordomo levou-nos aos aposentos. Tínhamos mais uma prova a superar. Os quartos trancaram-se por 15 minutos e havia uma armadilha sensível à pressão que teríamos de evitar. Eu vasculhei o quarto todo… Lembro-me que os sobreviventes se reuniram num dos quartos. Uns fingiram dormir, outros, como eu, escondemo-nos por baixo da cama para tentar atacar o rei quando ele entrasse.
Lembro-me dos grilhões e mais nada.
Passámos ao terceiro nível, onde as mulheres e as sábias moravam acima do nível das árvores superiores. A sociedade era feita dumas fibras invisíveis.
Era Natal entretanto.
A minha missão seguinte era fazer um trabalho infiltrado a propósito do rapto de várias estudantes superiores para uma rede de usos sadomasoquistas do submundo onde era sempre noite. Passei a ser loira e amputada da mão direita, fui dar aulas numa dessas escolas. Lembro-me que tive de sair a noite vestida de veludo púrpura com os espetos humanos de metal raspando no chão.
Eles teriam de achar que tinha uma vida dupla para que alguém se aproximasse de mim.