No lumiar da teias de fumo busco o som para que possa encontra-te distante robusto na casa dos Sete Pecados aonde nada se atém dizer, inquieto como um gato dando voltas no seu lugar a fim de encontrar a postura do seu descanso, deitada no meu jardim o sol carpindo as costelas ateias ou cristãs destes estendidos seres na contemplação, do nada perfeito e do tudo imperfeito, e ao fundo os sons grilados duma guitarra aborrecida com a vida e a fêmea que canta chorando uns olhos castanhos desse amor perdido e os pêlos em riste como se chorassem suores dum tempo ido mas pouco importa já falar quando o maldito foi suplantando na sua terra-mãe a fim de saber que tudo corre como um rio amarelo e a frescura dum verde brotado cosido nas plantas dos pés, arrematado com pontos de verniz vermelho, se percebe esticando a mão e encontrando as pontas dos teus dedos:
Não temas o medo de ser só
Se nós seus filhos, te acompanhamos
Não temas o desamor de ser dó
Se nós seus pais, te amamos
Não temas o frio de estar distante
Se nós seus avós, te escrevemos
Não temas o rancor de ser semelhante
Se nós seus netos, te devolvemos
Não temas o soro de ser querido
Se nós teus amigos, te buscamos
Não temas o ruído de ser menino
Se nós teus professores, te ensinamos
Não temas o sopro de ser esquecido
Se nós teus discípulos, te lembramos
Não temas o torpor de ser findo
Se nós os vivos, te continuamos
Não temas o medo de ser só
Que de medos sós padecemos.