Quando comi a tua pele não soube a nada... Trinquei-te o fundo das carnes e não me soube a nada... O perfume sim! largado do sangue, cheirou-me a podre. Procurei em ti todos os cheiros semelhantes, aqueles que emanam da tua sentida decadência. Tentei depois tocar: furar fundo com os dedos as partes sobrantes... não senti nada à excepção do cansaço de sonhar esfaquear alguém como se fosse à colherada. Daí extrai tecidos moles e líquidos espessos. Guardei-os em sete frascos distintos com os nomes: Soberba, Inveja, Ira, Preguiça, Avareza, Gula e Luxúria. Por uma semana contemplei, intriguei, olhei, cheirei, provei e analisei cada um deles... mas nada descobri. E dessa carnívora procura na ausência do teu ser, e depois de tantos retalhos apenas lamentei não poder ter-te engolido de um só trago para que sempre estivesses dentro de mim.